Tupambaé

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Abambaé y tupambaé, são vocábulos guarani que definem dois sistemas de trabalho e de propiedade dos bienes. Abambaé, pertence ao homem, aquilo que lhe é privado; já o tupambaé é aquilo que pertence a Deus. Toda a organização da vida produtiva das reduções se realizava em função destes dois conceitos. O abambaé comprendia o lote agrícola ou parcela de terra que era cedido a cada família que a recebida do próprio cacique. Tal parcela de terra era trabalhada durante tres dias da semana e os frutos obtidos eram propriedade exclusiva da família possuidora do lote. Ela podia dispor do produzido com total liberdade; dentro, é claro, das limitações impostas pelo regime reducional. Sepp diz que cada um poderia receber até 50 "sester" (6,5 hectares); mas provavelmente isso variava de acordo com o espírito empreendedor de cada um. O tupambaé, "la hacienda de Dios", compreendia as terras que pertenciam a comunidade (missionários, enfermos, viúvas, órfãos e também para o acúmulo de sementes para os tempos de epidemias e escassez alimentar); estas terra eram muito mais extensas que as do abambaé. Elas eram propriamente as sementeiras dedicadas ao cultivo em grande escala; a ela pertenciam também as estâncias destinadas a criação de gado. O índio normalmente trabalhava no tupambaé dois dias por semana; se cultiva ali normalmente milho, trigo, arroz, tabaco, cana de açúcar e algodão. (Antonio Sepp, Relación de viaje a las misiones jesuíticas, edición crítica de las obras del padre Antonio Sepp, S.J. misionero en la Argentina desde 1691 hasta 1733 a cargo de W. Hoffmann, t. I, Buenos Aires, 1971, 95-96).