Difference between revisions of "Page:EBC 1615 03 12 1549.pdf/1"

From GATE
(→‎Not proofread: Created page with "Category:EBC_Lovison_Not proofread Category:EBC_Letters Category:EBC_Pages <!-- PLEASE START TRANSCRIPTION UNDER THIS LINE. DO NOT EDIT PREVIOUS LINES! --> Lisbon...")
 
(14 intermediate revisions by 2 users not shown)
Page statusPage status
-
Not proofread
+
Proofread
Page body (to be transcluded):Page body (to be transcluded):
Line 1: Line 1:
[[Category:EBC_Lovison_Not proofread]]
+
[[Category:EBC_Proofread]]
 
[[Category:EBC_Letters]]
 
[[Category:EBC_Letters]]
 
[[Category:EBC_Pages]]
 
[[Category:EBC_Pages]]
<!-- PLEASE START TRANSCRIPTION UNDER THIS LINE. DO NOT EDIT PREVIOUS LINES!  -->
+
O lugar por tantas partes devido a V.S. Ill.ma e R.ma no sagrado
Lisbonne,12 mare 1615* L'archeveque de Lisbonne � Bellarmin. ^^49
+
collegio dos Ill.mos e R.mos S.nores Cardeais, e a notiçia, que
/ 0 lugar por tantas partes dev�do a V.S.Ill/ma e R/ma no sagrado collegio d03 Ill/mos e R/mos S/nores Cardeais, e a notizia, que em toda a Christandade ha da interreza e valor de V.S.Ill/ma,he cau sa pera eu com mor confianga me valer de V.S.Ill/ma, em que tenho
+
em toda a Christianidade ha da interreza e valor de V.S. Ill.ma, he  
;fcertas as mercedes, porque V.S.Ill/ma he pera que me nao fagao ag gravo nesse sagrado tribunal da Inquisiga^, aonde paregeo que o cri me da pohygamia se havia de julgar por los Inquisidores deste reyno privativamente. Bem cuido que se eu fora ouvido que se tivera respeito ao meu diretto, porque nao fica juizo formado, quando se dei-
+
causa pera eu com mor confiança me valer de V.S. Ill.ma, em que tenho
/^xa de ouvir alguma das partes. E est� diferenga faz reinar a julgar quem reina manda o que quer quem iulga ha de ouvir: quem diz que eu tive o� tenho diferenga com a Inquisidor Geral sobre o conhecimento do crime de po^y^amia) aao est� bem advertido: e meu tribunal e eu sempre conhegemos deste crime e se na Inquisigan se julgaria, no do
+
certas as mercedes, porqué V.S. Ill.ma he para que me não fação
y^Tordinario tam bem se julgava este crime, e estaa cheos os carthorios dos ascrivale do ordinario de sentengas que se deraa conbra estes delinquentes, e he aggravo tirar est� jurisdig�o ao Ordinario, no qual esteve radicada a principio, e os Inquisidores � aqueriraa tacitamente, sabendo os Inquisidores gerais que antecederne ao que agora serve,corno fora^ os senhoras Cardeaes Dom Anrique, que depois foi rey de Fortugal e o Cardasi Aloerto, que oie he archiduque d' Austrea e Frandes, e dom Jorge Arcebispo que foi de Lisboa muito bem letrado que no triounal do ordinario se julgava este delito da pol igamia, nunquao contradisserao, intendendo que o podia fazer,o que
+
agravo nesse sagrado tribunal da Inquisição, aonde pareçeo que o  
^^TdA ao ordinario muita justicia e ainda prescripgaa; os quais erao taa zelosos do officio, que podia^ ser imitados e nan avantejados. 0 Inquisidor geral que de presente serve, na^ se contentando servir o carrego na forma que pesoas tao abalizadas, corno sao as nomeadas, 0 servir�o, podio a Sua Magestade, confiado em valias que ent�o tin-
+
crime da polygamia se havia de julgar por los Inquisidores deste reyno
J^^ha na Corte; e por est� via teve nessa de Sua D/de que me escrevesse sobre est� materia. Eu tive carta de Sua Mag/de em favor desta sua
+
privatamente. Sem cuido que se eu fora ouvido que se tivera respeito
 +
ao meu direito, porqué não fica juizo formado, quando se deixa
 +
de ouvir alguna das partes. E esta diferença faz reinar a julgar
 +
quem reina manda o que quer quem iulga ha de ouvir: quem diz que eu
 +
tive tenho diferença com o Inquisidor Geral sobre o conhocimento
 +
do crime da polygamia, não esta bem avertido: e meu tribunal e eu
 +
sempre concheçemos deste crime e se na Inquisição se julgaria, no do
 +
ordinario em bem se julgava, e estão cheos os cartorios
 +
dos escrivãis do ordinario de sentenças que se derão contra estes
 +
delinquentes, e he aggravo tirar esta jurisdição ai Ordinario,  
 +
no qual esteve radicada a principio, e os Inquisidores a aquirirão
 +
tacitamente, sabendo os Inquisidores gerais que antecenderão ao que
 +
agora serve, como forão os senhoras Cardeaes Dom Anrique<ref>Henrique I di Portogallo, Arcivescovo di Lisbona dal 21.VI.1564; re dal 1578; + 1580 (Hier. Cath. III, 322).</ref>, que depois
 +
foi rey de Portugal e o Cardeal Alberto, que oie e archiduque d'
 +
Austres e Frandes, e dom Jorge<ref>Jorge de Almeida, Maestro di teologia, Arcivescovo di Lisbona dal 1570; + 1585 (Hier. Cath. III, 322)</ref> Arcebispo que foi de Lisboa muito bem
 +
letrado che no tribunal do ordinario se julgava este delito da poligamia,
 +
nunquao contradisserão, intendendo que o podia fazer, o que
 +
dà o ordinario muita justicia e ainda prescripção; os quais erão
 +
tão zelosos do officio, que podião ser imitados e não avantejados.
 +
O Inquisidor geral que de presente serve, não se contendando servir
 +
o carrego na forma que pesoas tão abalizadas, como são as nomeadas,  
 +
o servirão, pedio a Sua Magestade, confiado em valias então tinha
 +
na Corte; e por esta via teva nessa de Sua D.de que me escrivesse
 +
obre este materia. Eu tive carta de Sua Mag.de em favor desta sua
 +
<pb/>

Revision as of 15:31, 11 March 2019

This page has been proofread

O lugar por tantas partes devido a V.S. Ill.ma e R.ma no sagrado collegio dos Ill.mos e R.mos S.nores Cardeais, e a notiçia, que em toda a Christianidade ha da interreza e valor de V.S. Ill.ma, he causa pera eu com mor confiança me valer de V.S. Ill.ma, em que tenho certas as mercedes, porqué V.S. Ill.ma he para que me não fação agravo nesse sagrado tribunal da Inquisição, aonde pareçeo que o crime da polygamia se havia de julgar por los Inquisidores deste reyno privatamente. Sem cuido que se eu fora ouvido que se tivera respeito ao meu direito, porqué não fica juizo formado, quando se deixa de ouvir alguna das partes. E esta diferença faz reinar a julgar quem reina manda o que quer quem iulga ha de ouvir: quem diz que eu tive où tenho diferença com o Inquisidor Geral sobre o conhocimento do crime da polygamia, não esta bem avertido: e meu tribunal e eu sempre concheçemos deste crime e se na Inquisição se julgaria, no do ordinario em bem se julgava, e estão cheos os cartorios dos escrivãis do ordinario de sentenças que se derão contra estes delinquentes, e he aggravo tirar esta jurisdição ai Ordinario, no qual esteve radicada a principio, e os Inquisidores a aquirirão tacitamente, sabendo os Inquisidores gerais que antecenderão ao que agora serve, como forão os senhoras Cardeaes Dom Anrique[1], que depois foi rey de Portugal e o Cardeal Alberto, que oie e archiduque d' Austres e Frandes, e dom Jorge[2] Arcebispo que foi de Lisboa muito bem letrado che no tribunal do ordinario se julgava este delito da poligamia, nunquao contradisserão, intendendo que o podia fazer, o que dà o ordinario muita justicia e ainda prescripção; os quais erão tão zelosos do officio, que podião ser imitados e não avantejados. O Inquisidor geral que de presente serve, não se contendando servir o carrego na forma que pesoas tão abalizadas, como são as nomeadas, o servirão, pedio a Sua Magestade, confiado em valias então tinha na Corte; e por esta via teva nessa de Sua D.de que me escrivesse obre este materia. Eu tive carta de Sua Mag.de em favor desta sua


---page break---

  1. Henrique I di Portogallo, Arcivescovo di Lisbona dal 21.VI.1564; re dal 1578; + 1580 (Hier. Cath. III, 322).
  2. Jorge de Almeida, Maestro di teologia, Arcivescovo di Lisbona dal 1570; + 1585 (Hier. Cath. III, 322)